Já com problemas de saúde, Arlindo Cruz foi enredo e desfilou pelo Império Serrano em 2023
08/08/2025
(Foto: Reprodução) Homenageado do Império Serrano, Arlindo Cruz desfila na alegoria 'O show tem que continuar'
O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz, um dos maiores nomes da história do samba, morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz. Arlindo estava internado no hospital Barra D'Or, na Zona Oeste da cidade.
Mesmo afastado dos palcos desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico em 2017, Arlindo protagonizou um dos momentos mais emocionantes do Carnaval de 2023.
Já com sequelas da doença, ele foi homenageado como enredo da escola de samba Império Serrano, sua agremiação do coração, e desfilou na Marquês de Sapucaí, acompanhado da família.
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Homenagem em vida
O desfile da Império Serrano em 2023 teve como enredo “Lugares de Arlindo”, uma celebração à trajetória artística e pessoal do sambista.
Arlindo cruzou a avenida no último carro alegórico, ao lado da esposa Babi e de outros familiares. A alegoria, que representava um bar, trazia uma escultura gigante do artista tocando banjo e ostentando a coroa da escola.
A participação do cantor foi cercada de cuidados médicos e emocionou o público. A escola abriu a primeira noite de desfiles do Grupo Especial com uma apresentação marcada por reverência e gratidão ao artista.
Naquele ano, o Império terminou na última colocação do carnaval e foi rebaixada para a Série Ouro. A escola ficou com 265.6 pontos na apuração, um ponto atrás da Mocidade Independente de Padre Miguel, a 11ª colocada. O Império acabou perdendo décimos em quesitos como alegorias e adereços e fantasias.
Arlindo Cruz no desfile do Império Serrano
Alexandre Durão/g1
Legado no samba
Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho começou a tocar cavaquinho aos 7 anos e aprendeu violão com o irmão Acyr Marques. Ao longo da carreira, ficou conhecido como “o sambista perfeito”, apelido que virou título de sua biografia lançada este ano.
Arlindo compôs dezenas de sucessos e foi autor de 12 sambas-enredo vitoriosos no Império Serrano, incluindo o clássico “O Império do Divino”, de 2006. Sua voz marcante, talento no banjo e compromisso com o samba o tornaram uma referência nacional.
Enredo e Samba: Império Serrano exalta Arlindo Cruz e seus clássicos
Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017, depois de passar mal em casa, e ficou quase um ano e meio internado. Desde então, ele lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações. O artista não se apresentava mais.
Despedida com reverência
Em nota publicada nesta sexta-feira, o Império Serrano lamentou a morte do artista e exaltou sua importância para a escola e para o samba:
“Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano. Compositor genial, cantor de voz marcante e sambista de coração inteiro, ele escreveu páginas inesquecíveis da nossa história. [...] Seu nome, sua música e sua história jamais serão esquecidos.”
O velório e o enterro do artista ainda não tiveram detalhes divulgados.
Arlindo Cruz, Péricles e Regina Casé no desfile do Império Serrano
Daniel Pinheiro/AgNews
Carro do Império Serrano representando o homenageado, Arlindo Cruz
Alba Valéria Mendonça
